domingo, 15 de maio de 2016







FORA DILMA - 12/05/2016



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Contribuição ao Estudo da Origem da Violência Humana e suas repercussões na convivência





Sr. presidente do senado, srs. senadores e senadoras

Sou um médico psiquiatra e psicoterapeuta analítico, mas sobretudo me sinto um cidadão brasileiro. E é nessa condição que apresento aos srs. elementos de contribuição para aperfeiçoar as leis que orientam a segurança pública no país. A partir de 1972 venho coletando e organizando anotações que, baseadas em fatos reais, ocorridos no dia-a-dia da vida dos brasileiros e de outros povos, veiculados pelas mídias, me permitiram elaborar conceitos com base na utilização de conhecimentos científicos e não-científicos que me facilitam hoje atuar com segurança no plano do comportamento violento, tanto no consultório como no nível das instituições.

Confesso que no início meu objetivo era o de compreender claramente fatores causais que mobilizassem comportamentos violentos na área da saúde mental, que eu classifico como “comportamentos reativos”. Devo dizer que quando percebi que a mera visão médica do problema não se mostrava satisfatória para analisar fatos reais e, muitas vezes, confundiram minhas observações, decidi elaborar um método mais abrangente que não comportasse apenas o acervo científico convencional, mas todo conhecimento que pudesse contribuir com uma compreensão mais clara e também pudesse ser simples para facilitar sua aplicação prática, não somente na área médica, mas em toda situação onde as relações humanas se produzem. Acredito que consegui ter uma visão ampla e multiculturalista dos comportamentos violentos e, com isso, ter maior facilidade para compreendê-los no âmbito individual, familiar e social. Hoje acredito que é com base nessa interconexão que os comportamentos reativos (violentos) se manifestam na convivência  e compõem o que chamamos de “problemas de segurança pública”.

Afirmo que é nessa interação dos níveis (individual, familiar e sociocultural) que os comportamentos se produzem e se manifestam. É desses indivíduos, dessas famílias e da forma de construir suas verdades e crenças, ou seja, da sua arquitetura cultural, que se organizam seus hábitos e costumes, suas normas e leis, que tentam equilibrar sua convivência.

Erros de abordagem

Sr presidente, srs. senadores e senadoras, considero aqui alguns erros de abordagem que dificultam o caminho de quem pretende compreender as situações do comportamento e dos interesses pessoais e de grupos, que se entrechocam na convivência social. Passo a enumerá-los:

  1. O sentir e o pensar individual e coletivo:

Costumo ver as sociedades humanas, na evolução histórica da humanidade, sob dois padrões diferentes e opostos segundo as formas de sentir, pensar, agir e conviver. As que não foram influenciadas pelo processo civilizatório e as que seguiram esse caminho no decorrer do tempo. As primeiras costumo chamar de “sociedades naturais”. São as que não se afastaram do convívio integrado com a Natureza e que evoluíram priorizando a figura humana e a qualidade das suas relações. As que foram influenciadas pelo processo civilizatório – que chamo de “sociedades domesticadas dependentes” – não priorizaram a figura humana e a qualidade das suas relações, invertendo suas relações e valores sociais.

As “sociedades naturais” não evoluíram científica e tecnologicamente, não produzem e nem acumulam bens de consumo. Essas sociedades, muito bem representadas pelos índios brasileiros não-aculturados, acreditam que seus sentimentos, seus princípios, sua religiosidade e seus valores essenciais residem num eixo cultural que abriga as tradições ancestrais de convívio pacífico e respeito sagrado a Natureza. Elas elegeram e usam, para manter a violência fora da convivência diária, padrões de sentir, pensar, agir e conviver coletivos. Não existem chefes que mandam e nem leis que obriguem nas sociedades naturais. O sentir e o pensar coletivo, com fortes raízes presas ao bom senso, prescindem dessas necessidades, próprias das sociedades que organizam os indivíduos em classes e posições sociais hierárquicas. Que confundem conceitos de desenvolvimento e progresso com produção de objetos e armamento bélico.

As “sociedades domesticadas dependentes”, que muitos chamam de “sociedades civilizadas”, seguiram caminho oposto. É visível que, nas sociedades que se autointitulam de civilizadas, o sentir e o pensar coletivo foram substituídos por formas de sentir e pensar individual ou de pequenos grupos com base em interesses materiais e de poder, para competir com outros grupos também materialistas. O respeito sagrado pela Natureza foi substituído pelo conceito de Natureza como “fonte de riqueza e poder”.

O realismo e a ausência de onipotência nas sociedades naturais as informa que a economia da natureza é de todos, é esgotável e se limita ao planeta. As sociedades domesticadas dependentes, pelo modo como seus indivíduos se comportam, acreditam que a biosfera é inesgotável, que seus bens devem ser disputados pelos mais fortes e que é possível conquistar outros planetas para explorar sem limites suas supostas riquezas. A natureza das ações humanas nas sociedades civilizadas é preponderante exploratória.

A lógica que me fez denominar as sociedades civilizadas como “sociedades domesticadas dependentes”, e as outras, como “sociedades naturais”, se baseia na constatação de que uma e outra se diferenciam a partir de suas estruturas econômicas e psicológicas. Certa vez me perguntei de onde se originam e como são partilhados os bens de consumo produzidos para a sobrevivência dos indivíduos a elas pertencentes. Nas primeiras acredito que o meio ambiente funciona como o supridor de alimentos e materiais para a confecção de implementos e utensílios que facilitam a vida, um verdadeiro supermercado natural que possui tudo o que é necessário para as condições de sobrevivência básica. Também percebi que o individuo nessas sociedades se sente em liberdade plena pelo fato de poder dominar a tecnologia necessária para sobreviver como: caçar, pescar, coletar ou preparar a terra para o cultivo. Sua liberdade é apenas limitada pelas normas de convivência do grupo baseadas em suas crenças, mas em compensação lhe dá a certeza de não ser totalmente (mas apenas parcialmente) dependente. Isso lhe dá uma grande tranqüilidade. Também sabe que pertencendo a um grupo que age coletivamente e seguindo suas tradições, sua vida ficará muito facilitada.

Nas “sociedades domesticadas dependentes”, percebe-se que o individuo se sente dependente do emprego, do dinheiro, das instituições e das mudanças internacionais que interferem nas economias do mundo globalizado. Sua economia faz parte de um outro universo diferente, cuja base não é mais a natureza. Não pode e não aprendeu a retirar da natureza os meios necessários para o seu sustento porque a natureza já não faz parte da sua rotina diária. E tornou-se concreta e psicologicamente dependente das ações de outros indivíduos que não pensam coletivamente. Domesticado porque aprendeu a obedecer e não a pensar com liberdade. Estará sempre sujeito aos grupos que defendem interesses com os quais muitas vezes não concorda, mas contra os quais não pode reagir pela sua condição de dependente. O homem civilizado está condenado a obedecer, a se sentir impotente e, portanto, a se sentir reativo. Sua reatividade se origina de suas insatisfações e freqüentemente são expressadas por comportamentos reativos violentos.

Aspectos políticos, econômicos, sociais e religiosos dos dois grupos de sociedade são diferentes e geram resultados diferentes no comportamento individual. Uma das diferenças reside na manifestação do comportamento violento no interior delas. Vale a pena compreender porque não existem “problemas de segurança pública” nas sociedades naturais.

Não é meu objetivo aqui aprofundar demais o assunto sobre qual é a melhor forma de organização social, srs. senadores e senadoras. Minha pretensão é compreender e analisar diferentes fatores que influenciam no aparecimento do fenômeno da violência, tomando como base a evolução histórica das sociedades e também a sua evolução atual. Num trabalho intitulado A Origem da Violência, detalho de forma simples e compreensível aspectos desse tema.



  1. Visão estilhaçada dos fenômenos sociais:


Costumamos ver, organizar e analisar problemas da convivência como se fossem livros em uma estante (a de cima, a de baixo a do meio) ou departamentos estanques em uma empresa ( a direção, os recursos humanos, a limpeza), separando-as por graus de importância que lhes emprestamos aleatoriamente. Assim, também, separamos e rotulamos as manifestações da violência social (violência na família, crime organizado, crimes contra o patrimônio, violações dos direitos humanos, violações dos direitos internacionais). Nenhum desses rótulos nos ajudam a ter uma visão clara e integrada dos fatores causais desses fenômenos, portanto não nos permitem elaborar e empreender ações que atinjam com eficácia desejada esses problemas. Apesar das tentativas no “compreender e organizar” das sociedades que se autointitulam de civilizadas, muito pouco conseguimos no século passado e, pelo jeito, continuamos a repetir os erros antigos nesse século. Nos habituamos a aceitar os rótulos que criamos sem conecta-los entre si e sem compreendermos quais as razões da sua permanência e do seu agravamento. As “providências” que são tomadas pelas autoridades do Estado apenas arranham a superfície dos problemas ao se restringirem a planos operacionais e a remendar leis que já não funcionam.


  1. A natureza humana e o multiculturalismo:


Nós os brasileiros continuamos com o hábito colonizado de copiar modelos de outros paises como meros consumidores alienados. Somos uma nação mestiça e temos um acervo originado de diferentes outros povos, portanto somos resultado de experiências diversas, mas nunca nos interessamos em compor uma unidade que contenha toda a soma de vantagens da mestiçagem que nos é benéfica. Nossa identidade como nação não é valorizada como povo pacifico, alegre e criativo. Dizem alguns dirigentes que no futuro poderemos ser uma grande potência do planeta. Para mim a grande potência é aquela que consegue extirpar a violência do convívio, introduzindo sentimentos e pensamentos coletivos, para alcançar a  paz e a alegria na vida dos indivíduos.

Sobre a natureza humana, desde 1971 sigo com admiração e respeito o que aprendi como a sabedoria máxima. Essa sabedoria foi extraída de práticas ianomâmi e percebidas pelo etnólogo francês Pierre Clastres. Traduzida em palavras poderia ser compreendida assim: “A natureza humana é por demais frágil e nunca conseguirá lidar de forma equilibrada com grande volume de poder”. Para mim isso explica porque sistemas de organização político-sociais civilizados, tentados desde o início da civilização, nunca conseguiram, através dos tempos, manter em harmonia a convivência pacífica  interna dentro das sociedades e as relações externas com outras sociedades diferentes. As relações internacionais no mundo atual continuam fazendo a mesma coisa.

Comportamento reativo e comportamento violento são sinônimos. As organizações dos estados nacionais são apenas tentativas de manter as relações sociais com o mínimo de conflito. Por enquanto são só tentativas.

É possível contar nos dedos, após invasão e saque de povos europeus em nossa terra, quantos conflitos internos e externos, de grande porte, tivemos nesses quinhentos anos. Disso podemos nos orgulhar.


Um breve histórico dos passos que foram seguidos

Srs. senadores e senadoras, para atender a curiosidade de alguns dos senhores que poderiam perguntar como cheguei a essas conclusões, passo a resumir alguns fatos que influenciaram minha caminhada e me fizeram chegar as respostas atuais.

Na infância e adolescência:
Não projetei o que iria acontecer no futuro. Foi a observação dos comportamentos reativos violentos que prenderam minha atenção.

Na universidade e no hospital psiquiátrico:


Na convívio com grupos indigenas:


Na convívio com menores infratores:

Na convívio com pacientes em consultório:

  O processo civilizatório e o inicio da dependência individal organizada



Idéias para:

TV Senado:
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Prezado (a) senador (a)

Acompanho a vida política no Brasil desde 1963. Há três anos sou assíduo observador da TV Senado, TV Câmara e TVs educativas.
No seu ultimo pronunciamento sobre a saída do Zé Dirceu da casa civil, concordo plenamente com a sua conclusão objetiva e inteligente de que o truque usado pelo governo, tentando desviar o foco da crise para longe da pessoa do presidente, é clara e perceptível para muitos cidadãos. Não é necessário ser um parlamentar experiente para perceber certas estratégias políticas usadas por muitos representantes dos três poderes da República.
No caso do PT fica visível a postura fundamentalista dos seus principais lideres, tanto no parlamento como no executivo. Pergunto: a prioridade é a expansão sem limites do PT ou a solução dos problemas brasileiros?
Não considero o presidente Lula um brasileiro melhor do que todos nós; não votei nele porque percebi que suas promessas estavam além das possibilidades de um mortal, quero dizer, que eram compatíveis com o padrão delirante de certos políticos nas épocas pré-eleitorais; não votei nele também porque percebi que o partido que liderava não era (como ainda não é) um partido político. Considero o PT um amontoado de pessoas ávidas pelo poder e pelas oportunidades que o poder propicia a brasileiros-parasitas. O fanatismo e a dissimulação não constroem um País.
É meu direito considerar que os chavões ideológicos de “esquerda” e “direita”, ainda utilizados e acreditados por muitos, já estão devidamente sepultado pela historia desde que a ex-união soviética desmoronou e o “capitalismo” continua desmoralizado pelos fatos que gera. Parece, porém, que métodos ultrapassados continuam movendo o comportamento da maioria dos lideres no “mundo civilizado”.

Gostaria de saudá-la, muito mais pelo conteúdo ético e generoso das suas ações, do que pela combatividade já conhecida e certamente determinada pela sua consciência.

Ética e saúde mental - Durval Mazzei Nogueira Filho



Segundo o dicionário de filosofia de Ferrater Mora (1), o termo ética, no grego clássico, deriva de uma palavra que significa "costume". Daí, conceituar ética como a doutrina dos costumes. No dicionário de Abbagnano (2), ética aparece como a ciência da conduta e inclui duas concepções: 1. como a ciência do fim a que deve dirigir-se a conduta dos homens e dos meios para alcançar tal fim e derivar, tanto o fim como os meios, da natureza do homem; 2. Como a ciência do impulso da conduta humana e tenta determiná-lo com vistas a dirigir ou disciplinar a conduta mesma.
Mais recentemente, em função do avanço da possibilidade de manipular a natureza humana por meios biológicos, uma nova divisão da ética passou a ocupar os pensadores. Trata-se da bioética. A bioética é definida por Barchifontaine e colaboradores (3) como "um exame crítico das dimensões morais do processo de decisões no contexto de saúde e em contextos que envolvem as ciências biológicas". Spinsanti (4) retira da Enciclopédia de Bioética, publicada nos Estados Unidos, a seguinte definição: "o estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde, enquanto esta conduta é examinada "a luz dos valores e dos princípios morais."
Portanto, ao mesmo tempo em que a ética objetiva algum tipo de controle e orientação da conduta humana é presa fácil da impotência e da crítica que pode ser feita a partir de perspectivas relativistas ou totalitárias. Afinal de contas, os costumes não são exatamente os mesmos na variedade de culturas que a humanidade constituiu e a própria noção de "natureza humana" não é simplesmente definida. Lepargneur (5) diz: "os teólogos cristãos...[dizem]...a Vida em Deus é conhecimento (o Verbo) e Amor (o Espírito). Estas observações passam longe da experiência socio-biológica. Para o naturalista a vida não se apresenta antes como conhecimento e amor, mas como agressividade e violência"
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Desde o século passado que se anuncia ao mundo que há uma perspectiva se insinuando. Nietzsche ao proclamar a morte de Deus, mais do que desejar uma genealogia para além do Bem e do Mal, trazia um diagnóstico e um alerta. O arbítrio divino não mais dirigiria o fim último da conduta e da natureza humana. O Verbo divino estaria em vias de cobrir-se por um manto de silêncio. A secularização em marcha, operada por uma atividade essencialmente humana; a ciência, costuraria todo e qualquer buraco no manto por onde algum fiapo de som fosse ouvido. Mesmo o som da voz outrora tonitruante ao ditar os Mandamentos. O mundo e os sujeitos, possessão da ciência. Para o Bem e/ou para ou Mal.
A história, desde o filósofo alemão, caminhou. O que era metáfora romanceada em estilo gótico, Frankenstein, travestiu-se em uma simpática ovelhinha: hello, Dolly. Finalmente sem recorrer ao dispositivo sexual e um largo passo além da fertilização "in vitro" , a comunidade humana criou vida, um ser. Completo e ele próprio capaz de reproduzir-se. O próximo passo deve estar sendo dado na surdina...
É esta a nova via ética à disposição. Calafrios diante da divindade? Nem pensar! Temer a morte? Há células de meu corpo prontas para criar um novo "eu"!
Angústia? Uso drogas! Na expressão de Melman (6) "a evolução de nossos costumes vai hoje em dia na direção...de uma delinqüência generalizada...que esta evolução de nossos costumes está ligada aos progressos da ciência que, como sabemos, vêm sacudir nossa ética."
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Há não muitos anos atrás, o amplo campo da saúde mental foi interpelado por um discurso ético. A possibilidade da doença mental e do tratamento psiquiátrico foi posta em questão. Um certo humanismo libertário, por vezes curiosamente inspirado em uma crítica ao sistema capitalista liberal, outras vezes inspirado na crítica ao individualismo ocidental, forçou as portas e entrou na sala dos psiquiatras. Esta atitude, entronizada no movimento contracultural, recebeu o nome de anti-psiquiatria.
Não há como afirmar que este ato deixou marcas. Mas, seja lá qual for a verdade histórica, foi em seqüência a este ato que se preocupou, por exemplo, com a duração das internações dos pacientes e com as condições em que a hospitalização acontecia. Se o avanço da terapêutica neuroléptica e mesmo o economicismo reinante na medicina foram razões mais potentes e eficientes que o discurso anti-psiquiátrico, digam os historiadores.
Por outro lado, em outro lugar, mas também cronologicamente após a revolução anti-psiquiátrica, apressou-se a determinação de uma base universal para a doença mental. E apesar da humanidade também exibir como um universal o agregamento em culturas simbolizadas, o universal onde se baseou a definição de doença mental foi o biológico.
Desde os anos 70, as pesquisas neurocientíficas casaram-se com a atvidade clínica do psiquiatra. Um novo código classificatório surgiu, o DSM-III que já produziu "filhos’: o DSM-IV e o CID-X, e assumiu plenamente a versão teórica empiricista da Psiquiatria – há uma questão ética quando os formuladores deste código chamam-se "ateoréticos" – e contando com o apoio do pragmatismo e de preocupações de cunho econômico, tomou de assalto a casa toda dos psiquiatras. Dizem-se verdadeiramente científicos, racionais, organizadores, eficientes... e ateoréticos.
O desenvolvimento desta perspectiva – teórica, novamente – foi rápido e avassalador. Contribuiu para a construção de fortes crenças práticas e cotidianas de que a razão da doença mental está em vias de desvelamento e corresponde justamente à orientação biológica que assumem e que engloba a própria natureza do ser humano, em sua versão cerebral.
Todavia, além de não mais ocorrer a contestação da doença mental, nem há mais a preocupação em conceituá-la. Há, sim, a identificação da doença mental com qualquer declaração de sofrimento do interlocutor do médico. Desde o luto, talvez necessário, pela perda de algum ente querido ou alguma insígnia de poder até a eclosão repentina e assustadora de um estado intenso de inibição, de caráter endógeno, recebem do psiquiatra um anti-depressivo. E, se o dia a dia do psiquiatra tem transcorrido assim, não é por ignorância, má fé ou desumanidade. É porque a ciência psiquiátrica – a mais moderna possível – caminha por aí. Não há nenhuma razão para incluir na clínica preocupações que não tenham sido devidamente demarcadas por experimentos. Pensar na Ich-stallung (posição Eu), para usar um termo de Von Weizsäcker, na qual o doente é o sujeito estruturante da doença não é a tendência que polariza o pensamento do psiquiatra moderno. É mais conveniente considerar a Es-stallung (posição Isso) e objetivar o mais rapidamente o sofrimento. Se este cala-se com uma droga – como ocorre com o vagido, absolutamente natural e não patológico, de pequenos cães afastados de sua genitora - , qual a razão para problematizar a questão? Este estilo marcante tem produzido discussões sobre a conveniência de relegar ao limbo práticas terapêuticas mais complexas, notadamente no campo das psicoterapias interpretativas e investigativas, que apostam na condição simbólica e universal original do homem.
Não se fala aqui de cada um dos psiquiatras singulares. Discute-se a orientação teórica. Discute-se o cientificismo. "Sem embargo, os resultados práticos alcançados [pela ciência] não devem levar a descuidar o fato de que a razão mesma, movida a indagar de forma unilateral o homem como sujeito, parece haver esquecido que este está também chamado a orientar-se para uma verdade que o transcende. Sem esta referência, cada um cai à mercê do arbítrio e sua condição de pessoa acaba por ser valorizada com critérios pragmáticos baseados essencialmente no dado experimental, no convencimento errôneo de que tudo pode ser dominado pela técnica." (7).
Assim, seguindo fielmente a ambigüidade que há em tratar eticamente as questões – seja a ética doutrina dos costumes ou ciência da conduta – a questão que se esboça, na saúde mental, não é mais se no sujeito chamado doente mental predomina o aspecto negativo, se ele está sendo bem tratado ou se a eletroconvulsoterapia é legítima. A questão que se esboça é qual ética o psiquiatra singular vai obedecer. Se a ética do pragmatismo, bem ao gosto da modernidade psiquiátrica, que suspende o tempo de reflexão e mistério e determina que o direito é o de fazer o que é imediatamente possível. E, por esta via, caminhar celeremente para a desautorização de qualquer outro discurso que não seja a evocação de um, ainda místico, desequilíbrio nos neurotransmissores para explicar qualquer sofrimento. Ou se perdurará a ética da transcendência onde "o "ser para" é não redutível ao "ser para si mesmo", [e] os valores interferem com o supremo preceitos de eficiência máxima, [onde] os fins proíbem o uso de meios potentes."(8).
É isto. O crucial problema ético na saúde mental é este. Se cada um dos psiquiatras clínicos vai reduzir sua clínica aos neurotransmissores e os demandantes a "seres para si mesmos", encerrados em uma mônada de neurônios e giros, ou deixar predominar uma noção de homem e de doença mental abertos à cultura e que admite uma função ao simbólico.
Bibliografia.
Mora, J.F. (1996) Dicionário de Filosofia. Martins Fontes, São Paulo.
Abbagnano, N. (1992) Diccionario de Filosofía. Fondo de Cultura Economica, México.
Barchifontaine, C.; Pessini, L.; Rouer, A. (1987) Bioética: uma palavra introdutória. Em Bioética e saúde, org. C. Barchifontaine, L. Pessini e A. Rouer. CEDAS, São Paulo.
Spinsanti, S. (1987) A ética para uma medicina humana. Em Para um hospital mais humano, org. P. Marchesi, S. Spinsanti e A. Spinelli. Edições Paulistas, Lisboa.
Lepargneur, H. (1987) Vida e ética. Em Bioética e saúde, org. C. Barchifontaine, L. Pessini e A. Rouer. CEDAS, São Paulo.
Melman, C. (1992) Reflexão sobre nosso embaraço espiritual e terapêitico em relação ao toxicômano. Em Alcoolismo, delinqüência e toxicomania. Escuta, São Paulo.
Paulo II, J. (1998) Carta enciclica "Fides e Ratio" (à disposição na Rede de computadores).
Bauman, Z. (1997) Ética pós-moderna. Paulus, São Paulo.

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Religião e violência

 No senso comum, religião é entendida como prática religiosa. Religião e religiosidade são conceitos completamente diferentes. Religiosidade é uma condição inata, um atributo que nasce com o homem, natureza construtiva que o impele para viver em paz, social e individualmente. Religião é instituição humana, criada por homens, cujo objetivo é cultuar entidades divinizadas (Deus, Buda, Alá, Maomé, etc) cultuadas como superiores á natureza humana. As religiões são instituições com ideologias polimorfas, com rituais diferenciados (culto, missa), com representantes personificados (pastor, padre, rabino) e com hierarquia e funcionamento semelhantes aos de uma empresa, no que se refere á administração de bens, estrutura de organização e objetivos a atingir. Algumas diferenças podem ser percebidas entre um conceito e outro, por exemplo: 
        Religiosidade é condição atemporal, individual, inerente ao plano da imaginação e do sentimento; religião é temporal, grupal, ideológica, socialmente organizada.
        Religião se organiza por dogmas e hierarquia do grupo religioso; religiosidade se manifesta por atos mediados pelo bom senso (índole) individual.
        Religiosidade é manifestação desvinculada de interesses materiais e corporativos; religião é influenciada por esses fatores.
        Religião se origina da formação de classes numa sociedade (elites): governantes, sacerdotes, militares; religiosidade é uma condição intrínseca ao “modo de ser” espiritual de cada indivíduo.
        Religião e Estado são instâncias de poder numa sociedade, com influência política e com objetivos diversificados.
        Religião é conduzida por pessoas e pode levar á violência quando seus líderes mobilizam grupos para objetivos destrutivos (fanatismo).  
Ser religioso significa ser bom e construtivo em relação a si mesmo e aos outros. É pensar e sentir coletivamente (“ama a teu próximo como a ti mesmo”), um princípio construtivo de eqüidade, solidariedade e justiça, condições dirigidas para a paz e harmonia. Pertencer a uma religião é associar-se a um grupo de homens que professam uma crença determinada, afiliar-se á uma instituição religiosa e seguir seus preceitos. Portanto, nem sempre o homem expressa sua religiosidade, ao pertencer a um grupo religioso. Ele pode usar o “rótulo religioso” para alcançar objetivos individuais ou de grupo. Portanto, a prática religiosa nem sempre está vinculada à religiosidade. 
A condição de crença religiosa não necessita de conhecimento e nem de prova; a condição de conhecimento sim, pois é sempre uma verdade provisória, e como verdade (científica) é relativa e mutável. A condição da crença religiosa nem sempre é verdadeira, a não ser para o crente. Os determinismos científicos ou religiosos são condições que, levadas ao extremo, prejudicam o bom senso e alteram a convivência. As verdades existem espalhadas e não concentradas num só ponto. É necessário saber catá-las em toda a extensão do terreno. E podem ser misturadas, porque são compatíveis. O que seria dos olhos sem as pálpebras? 
Como explicar a polimorfia religiosa e sua evolução desde os tempos do politeísmo na antigüidade, ao monoteísmo das sociedades civilizadas? Um dos preceitos fundamentais das religiões está contido na frase: “paz na Terra aos homens de boa vontade...”; pelo número escandalosamente grande de religiões que possuímos, por que esse objetivo ainda não foi alcançado? A religiosidade tem sido usada atualmente por algumas empresas que se auto-intitulam de “igrejas” para alcançarem metas financeiras. Será que a centralização numa entidade superior única (Deus, Jesus, Buda, Maomé) melhora a essência da religiosidade e se reflete no comportamento humano equilibrado?  
 Se não me falha a memória li um livro em que o historiador conta que foi Diocleciano, um imperador romano, quem criou e difundiu o primeiro conceito de Deus único e todopoderoso. Conta que, aconselhado por um sacerdote, criou um Deus que centralizasse todas as crenças numa única crença. Segundo o sacerdote isso lhe proporcionaria maior atenção e grande poder sobre o povo. Deveria dar-lhe um nome bastante significativo e proibir todas as outras crenças, decretando severas sanções para os que não obedecessem o seu decreto. Como vê, os sacerdotes e os dirigentes daquela época já sabiam como manipular as pessoas para aumentar seu poder.
Livaldo, você e todos os seres humanos possuem o direito de escolher suas próprias verdades. Nunca esqueça, porém, que elas são individuais...! Embora tenha nascido de uma família católica, optei por não me filiar a nenhuma das religiões existentes, pois acredito que todas elas foram criadas pelos homens; continuo fortalecendo minha religiosidade pois ela me faculta a oportunidade de ser construtivo e religioso no melhor sentido da palavra. Com ela consigo conviver bem com todos e me sentir feliz. Não acredito em ateu, pois esse é com certeza um blefe, uma condição incompatível com a natureza humana. Use sua crença com liberdade porque todo cidadão deve se sentir livre e feliz com suas verdades.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

AS VÍTIMAS DAS ESQUERDAS

AS VÍTIMAS DAS ESQUERDAS ANTES DO AI-5

1 – 12/11/64 – Paulo Macena,  vigia – RJ
Explosão de bomba deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES. No Cine Bruni, Flamengo, com seis feridos graves e um morto.

2 – 27/03/65 – Carlos Argemiro Camargo, sargento do Exército – Paraná
Emboscada de um grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado pelo ex-coronel Jeffersom Cardim de Alencar Osório. Camargo foi morto a tiros. Sua mulher estava grávida de sete meses.

3 – 25/07/66 – Edson Régis de Carvalho, jornalista – PE
Explosão de bomba no Aeroporto Internacional de Guararapes, com 17 feridos e 2 mortos. Ver próximo nome.

4 – 25/07/66 – Nelson Gomes Fernandes, almirante – PE
Morto no mesmo atentado citado no item 3. Além das duas vítimas fatais, ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva. Além de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda. Sebastião Tomaz de Aquino,  guarda civil, teve a perna direita amputada.

5 – 28/09/66 – Raimundo de Carvalho Andrade, cabo da PM, GO
Morto durante uma tentativa de desocupação do Colégio Estadual Campinas, em Goiânia, que havia sido ocupado por estudantes de esquerda. O grupo de soldados convocado para a tarefa era formado por burocratas, cozinheiros etc. Estavam armados com balas de festim. Andrade, que era alfaiate da Polícia Militar, foi morto por uma bala de verdade disparada de dentro da escola.

6 – 24/11/67 – José Gonçalves Conceição (Zé Dico), fazendeiro – SP
Morto por Edmur Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighella, durante a invasão da fazenda Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas.

7 – 15/12/67 – Osíris Motta Marcondes,  bancário – SP
Morto quando tentava impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente.

8 – 10/01/68 – Agostinho Ferreira Lima, Marinha Mercante – Rio Negro/AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados  por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste  ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.

9 – 31/05/68 – Ailton de Oliveira,  guarda penitenciário – RJ
O Movimento Armado Revolucionário (MAR) montou uma ação para libertar nove de seus membros que cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que, uma vez libertados, deveriam seguir para a região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia estabelecer o “embrião do foco guerrilheiro”. No dia 26/05/68, o estagiário Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, num pacote, três revólveres calibre 38. Às 17h30, teve início a fuga. Os terroristas foram surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix Barbosa. Foram feridos, e Ailton morreu no dia 31/05/68. Ainda ficou gravemente ferido o funcionário da Light João Dias Pereira, que se encontrava na calçada da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o terrorista Avelino Brioni Capitani.

10 – 26/06/68 –  Mário Kozel Filho, soldado do Exército – SP
No dia 26/06/68, Kozel atua como sentinela do Quartel General do II Exército. Às 4h30, um tiro é disparado por um outro soldado contra uma camioneta que, desgovernada, tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo, que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se havia alguém no seu interior. Havia uma carga com 50 quilos de dinamite, que, segundos depois, explode. O corpo de Kozel é dilacerado. Os soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino ficam muito feridos. É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram do crime os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira, Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Ah, sim: a família de Lamarca recebeu indenização. De Kozel, quase ninguém mais se lembra.

11 – 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos, civil – RJ
Morto com um tiro no coração em conflito na rua. Estudantes distribuíam, no Largo de São Francisco, panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por militantes comunistas. Gessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR, conhecido como “Juliano” ou “Julião”, infiltrado no movimento, tentou impedir a manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira.

12 – 27/06/68 – Nelson de Barros, sargento PM – RJ No dia 21/06/68, conhecida como a “Sexta-Feira Sangrenta”, realizou-se no Rio uma passeata contra o regime militar. Cerca de 10.000 pessoas ergueram barricadas, incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No fim da noite, pelo menos 10 mortos e centenas de feridos. Entre estes, estava o sargento da PM Nelson de Barros, que morreu no dia 27.

13 – 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército Alemão – RJ
Morto no Rio, onde fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na rua Engenheiro Duarte, Gávea, por ter sido confundido com o major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que também cursava a mesma escola. Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e um terceiro não identificado. Todos pertenciam à organização terrorista Colima – Comando de Libertação Nacional.

14 – 07/09/68 – Eduardo Custódio de Souza, soldado da PM – SP
Morto com sete tiros por terroristas de uma organização não identificada quando de sentinela no Deops, em São Paulo.

15 – 20/09/68 – Antônio  Carlos  Jeffery, soldado da PM – SP
Morto a tiros quando de sentinela  no quartel da então Força Pública de São Paulo (atual PM) no Barro Branco. Organização terrorista que praticou o assassinato: Vanguarda Popular Revolucionária. Assassinos: Pedro Lobo de Oliveira, Onofre Pinto, Diógenes José Carvalho de Oliveira, atualmente conhecido como “Diógenes do PT”, ex-auxiliar de Olívio Dutra no Governo do RS.

16 – 12/10/68 – Charles Rodney Chandler, capitão do Exército dos Estados Unidos – SP
Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro de 68, um “Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o capitão Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”. Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite). Quando retirava seu carro da garagem para seguir para a faculdade, Chandler foi assassinado com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver,  na frente da sua mulher, Joan,  e de seus três filhos. O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).

17 – 24/10/68 – Luiz Carlos Augusto, civil – RJ
Morto, com um tiro, durante uma passeata estudantil.

18 – 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite, civil – RJ
Morto, com quatro tiros de pistola Luger 9 mm durante o roubo de seu carro, na avenida 28 de Setembro, Vila Isabel, RJ. Autores: Murilo Pinto da Silva (Cesar ou Miranda) e Fausto Machado Freire (Ruivo ou Wilson), ambos integrantes da organização terrorista Colima (Comando de Libertação Nacional).

19 – 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia, civil – SP
Morto pelos terroristas Ioshitame Fujimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo.
20 – 07/01/69 – Alzira Baltazar de Almeida, dona de casa – Rio de Janeiro/RJ
Uma bomba jogada por terroristas embaixo de uma viatura da polícia, estacionada em frente à 9ª Delegacia de Polícia, ao explodir, matou Alzira, que passava pela rua.

21 – 11/01/69 – Edmundo Janot, lavrador – Rio de Janeiro/RJ
Morto a tiros, foiçadas e facadas por um grupo de terroristas que haviam montado uma base de guerrilha nas  proximidades da sua fazenda.

22 – 29/01/69 – Cecildes Moreira de Faria, subinspetor de polícia – Belo Horizonte/MG

23 – 29/01/69 –  José Antunes Ferreira, guarda civil – Belo Horizonte/MG
Policiais chegaram a um “aparelho” do Comando de Libertação Nacional (Colina), na rua Itacarambu nº 120, bairro São Geraldo. Foram recebidos por rajadas de metralhadora, disparadas por Murilo Pinto Pezzuti da Silva, “Cesar” ou “Miranda”, que mataram o subinspetor Cecildes Moreira da Silva (ver acima), que deixou viúva e oito filhos menores. Ferreira também morreu. Além do assassino, foram presos os seguintes terroristas:  Afonso Celso L. Leite (Ciro), Mauricio Vieira de Castro (Carlos), Nilo Sérgio Menezes Macedo, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida (Pedro), Jorge Raimundo Nahas (Clovis ou Ismael) e Maria José de Carvalho Nahas (Celia ou Marta). No interior do “aparelho”, foram apreendidos 1 fuzil FAL, 5 pistolas, 3 revólveres, 2 metralhadoras, 2 carabinas, 2 granadas de mão, 702 bananas de dinamite, fardas da PM e dinheiro de assaltos.

24 – 14/04/69 – Francisco Bento da Silva, motorista – SP
Morto durante um assalto praticado pela Ala Vermelha do PC do B ao carro pagador (uma Kombi) do Banco Francês-Italiano para a América do Sul, na Alameda Barão de Campinas, quando foram roubados vinte milhões de cruzeiros. Participaram dessa ação os seguintes terroristas: Élio Cabral de Souza, Derly José de Carvalho, Daniel José de Carvalho, Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Aderval Alves Coqueiro, Lúcio da Costa Fonseca, Gilberto Giovanetti, Ney Jansen Ferreira Júnior, Genésio Borges de Melo e Antônio Medeiros Neto.

25 – 14/04/69 – Luiz Francisco da Silva, guarda bancário – SP
Também morto durante o assalto acima relatado.

26 – 08/05/69 – José de Carvalho, investigador de polícia – SP
Atingido com um tiro na boca durante um assalto ao União de Bancos Brasileiros, em Suzano, no dia 7 de maio, vindo a falecer no dia seguinte. Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN): Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Takao Amano foi baleado na coxa e operado, em um “aparelho médico”, por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN.

27 – 09/05/69 – Orlando Pinto da Silva, guarda civil – SP
Morto com dois tiros, um na nuca e outro na testa, disparados por Carlos Lamarca, durante assalto ao Banco Itaú, na rua Piratininga, bairro da Mooca. Na ocasião também foi esfaqueado o gerente do banco, Norberto Draconetti. Organização responsável por esse assalto: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

28 – 27/05/69 – Naul José Montovani, soldado da PM – SP
Em 27/05/69 foi realizada uma ação contra o 15º Batalhão da Força Pública de São Paulo, atual PMESP, na Avenida Cruzeiro do Sul, em São Paulo. Os terroristas Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Carlos Eduardo Pires Fleury, Maria Aparecida Costa, Celso Antunes Horta e Ana Maria de Cerqueira César Corbusier metralharam o soldado Naul José Montovani, que estava de sentinela e que morreu instantaneamente. O soldado Nicário Conceição Pulpo, que correu ao local ao ouvir os disparos, foi gravemente ferido na cabeça, tendo ficado paralítico.

29 –  04/06/69 – Boaventura Rodrigues da Silva, soldado da PM – SP
Morto por terroristas durante assalto ao Banco Tozan.

30 – 22/06/69 – Guido Bone, soldado da PM – SP
Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiaram a rádio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas.

31 – 22/06/69 – Natalino Amaro Teixeira, soldado da PM – SP
Morto por militantes da ALN na ação acima relatada.

32 – 11/07/69 – Cidelino Palmeiras do Nascimento, motorista de táxi – RJ
Morto a tiros quando conduzia, em seu carro, policiais que perseguiam terroristas que haviam assaltado o Banco Aliança, agência Muda. Participaram deste assassinato os terroristas Chael Charles Schreier, Adilson Ferreira da Silva, Fernando Borges de Paula Ferreira, Flávio Roberto de Souza, Reinaldo José de Melo, Sônia Eliane Lafóz e o autor dos disparos Darci Rodrigues, todos pertencentes à organização terrorista VAR-Palmares.

33 – 24/07/69 – Aparecido dos Santos Oliveira, soldado da PM – SP
O Banco Bradesco, na rua Turiassu, no bairro de Perdizes, foi assaltado por uma frente de grupos de esquerda. Foram roubados sete milhões de cruzeiros. Participaram da ação:
- pelo Grupo de Expropriação e Operação: Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Raimundo Gonçalves de Figueiredo, Ney Jansen Ferreira Júnior, José Couto Leal;
- pelo Grupo do Gaúcho: Plínio Petersen Pereira, Domingos Quintino dos Santos, Chaouky Abara;
- pela VAR-Palmares: Chael Charles Schreier, Roberto Chagas e Silva, Carmem Monteiro dos Santos Jacomini e Eduardo Leite.
Raimundo Gonçalves Figueiredo baleou o soldado Oliveira. Já caído, ele recebeu mais quatro tiros disparados por Domingos Quintino dos Santos.

34 – 20/08/69 – José Santa Maria, gerente de banco – RJ
Morto por terroristas que assaltaram o Banco de Crédito Real de Minas Gerais, do qual era gerente.

35 – 25/08/69 – Sulamita Campos Leite, dona de casa, PA
Parente do terrorista Flávio Augusto Neves Leão Salles. Morta na casa dos Salles, em Belém, ao detonar, por inadvertência, uma carga de explosivos escondida pelo terrorista.

36 – 31/08/69 – Mauro Celso Rodrigues, soldado da PM – MA
Morto quando procurava impedir a luta entre proprietários e posseiros, incitada por movimentos subversivos.

37 – 03/09/69 – José Getúlio Borba, comerciário – SP
Os terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN) Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomaz resolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luís. O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram. Na troca de tiros, o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa, e o funcionário da loja José Getúlio Borba foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia, o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito.

38 – 03/09/69 – João Guilherme de Brito,  soldado da Força Pública/SP
Morto na ação acima narrada.

39 – 20/09/69 – Samuel Pires, cobrador de ônibus – SP
Morto por terroristas quando assaltavam uma empresa de ônibus.

40 – 22/09/69 – Kurt Kriegel, comerciante – Porto Alegre/RS
Morto pela Var-Palmares em Porto Alegre.

41 – 30/09/69 – Cláudio Ernesto Canton, agente da Polícia Federal – SP
Após ter efetuado a prisão de um terrorista, foi atingido na coluna vertebral, vindo a falecer em consequência desse ferimento.

42 – 04/10/69 – Euclides de  Paiva Cerqueira, guarda particular – RJ
Morto por terroristas durante assalto ao carro transportador de valores do Banco Irmãos Guimarães.

43 – 06/10/69 – Abelardo Rosa Lima, soldado da PM – SP
Metralhado por terroristas numa tentativa de assalto ao mercado Peg-Pag. Autores: Devanir José de Carvalho (Henrique), Walter Olivieri, Eduardo Leite (Bacuri), Mocide Bucherone e Ismael Andrade dos Santos. Organizações terroristas: REDE (Resistência Democrática) e MRT (Movimento Revolucionário Tiradentes).

44 – 07/10/69 – Romildo Ottenio, soldado da PM – SP
Morto quando tentava prender um terrorista.

45 – 31/10/69 – Nilson José de Azevedo Lins, civil – PE
Gerente da firma Cornélio de Souza e Silva, distribuidora da Souza Cruz, em Olinda. Foi assaltado e morto quando ia depositar, no banco, o dinheiro da firma. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Autores: Alberto Vinícius Melo do Nascimento, Rholine Sonde Cavalcante Silva, Carlos Alberto Soares e João Maurício de Andrade Baltar.

46 – 04/11/69 – Estela Borges Morato, investigadora do Dops – SP
Morta a tiros quando participava da operação em que morreu o terrorista Carlos Marighella.

47 – 04/11/69 – Friederich Adolf Rohmann, protético – SP
Morto durante a operação que resultou na morte do terrorista Carlos Marighella.

48 – 14/11/69 – Orlando Girolo, bancário – SP
Morto por terroristas durante assalto ao Bradesco.

49 –  17/11/69 – Joel Nunes, subtenente da PM – RJ
Neste dia, o PCBR assaltou o Banco Sotto Maior, na Praça do Carmo, no subúrbio carioca de Brás de Pina, de onde foram roubados cerca de 80 milhões de cruzeiros. Na fuga, obstados por uma viatura policial, surgiu um violento tiroteio no qual Avelino Bioni Capitani matou o sargento da PM Joel Nunes. Na ocasião, foi preso o terrorista Paulo Sérgio Granado Paranhos.

50 – 18/12/69 – Elias dos Santos, soldado do Exército – RJ
Havia um aparelho do PCBR na rua Baronesa de Uruguaiana nº 70, no bairro de Lins de Vasconcelos. Ali, Prestes de Paula, ao fugir pelos fundos da casa, disparou um tiro de pistola 45 contra Elias dos Santos.
51 – 17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino,  sargento da PM – São Paulo
Morto a tiros por terroristas.

52 – 20/02/70 – Antônio  Aparecido Posso  Nogueró, sargento da PM – São Paulo
Morto pelo terrorista Antônio Raimundo de Lucena quando tentava impedir um ato terrorista no Jardim Cerejeiras, Atibaia/SP.

53 – 11/03/70 – Newton de  Oliveira Nascimento, soldado da PM – Rio de Janeiro
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras por uma patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado. O soldado Newton deixou a viúva dona Luci e duas filhas menores, de quatro e dois anos.

54 – 31/03/70 – Joaquim Melo, investigador de polícia – Pernambuco
Morto por terroristas durante ação contra um “aparelho”.

55 – 02/05/70 – João Batista de Souza, guarda de segurança – São Paulo
Um comando terrorista, integrado por Devanir José de Carvalho, Antonio André Camargo Guerra, Plínio Petersen Pereira, Waldemar Abreu e José Rodrigues Ângelo, pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e mais Eduardo Leite (Bacuri), pela Resistência Democrática (REDE), assaltou a Companhia de Cigarros Souza Cruz, no Cambuci/SP. Na ocasião Bacuri assassinou o guarda de segurança João Batista de Souza.

56 –  10/05/70 – Alberto Mendes Junior, primeiro-tenente da PM – São Paulo
Esta é uma das maiores expressões da covardia e da violência de que era capaz o terrorista Carlos Lamarca. No dia 08/05/70, 7 terroristas, chefiados por ele, estavam numa pick-up e pararam num posto de gasolina em Eldorado Paulista. Foram abordados por policiais e reagiram a bala, conseguindo fugir. Ciente do ocorrido, o tenente Mendes organizou uma patrulha. Em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista. Por volta das 21h, houve o encontro com os terroristas, que estavam armados com fuzis FAL, enquanto os PMs portavam o velho fuzil Mauser modelo 1908. Em nítida desvantagem bélica, vários PMs foram feridos, e o tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando de urgentes socorros médicos. Julgando-se cercado, Mendes aceitou render-se desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecido como reféns, o tenente levou os feridos para Sete Barras.

De madrugada, a pé e sozinho, Mendes buscou contato com os terroristas, preocupado que estava com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca, que decidiu seguir com seus companheiros e com os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade, foram surpreendidos por um tiroteio, ocasião em que dois terroristas – Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega – desgarraram-se do grupo, e os cinco terroristas restantes embrenharam-se no mato, levando junto o tenente Mendes. Depois de caminharem um dia e meio na mata, os terroristas e o tenente pararam para descansar. Carlos Lamarca, Yoshitame Fujimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um “tribunal revolucionário”, que resolveu assassinar o tenente Mendes. Os outros  dois, Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima, ficaram vigiando o prisioneiro.

Poucos minutos depois, os três terroristas retornaram. Yoshitame Fujimore desfechou-lhe violentos golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Caído e com a base do crânio partida, o tenente Mendes gemia e se contorcia em dores. Diógenes Sobrosa de Souza aplicou-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça ensanguentada, o tenente Mendes foi enterrado. Em 08/09/70, Ariston Lucena foi preso pelo DOI-CODI e apontou o local onde o tenente estava enterrado.

57 – 11/06/70 – Irlando de Moura Régis, agente da Polícia Federal – Rio de Janeiro
Foi assassinado durante o sequestro do embaixador da Alemanha, Ehrendfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben. A operação foi executada pelo Comando Juarez Guimarães de Brito. Participaram Jesus Paredes Soto, José Maurício Gradel, Sônia Eliane Lafóz, José Milton Barbosa, Eduardo Coleen Leite (Bacuri), que matou Irlando, Herbert Eustáquio de Carvalho, José Roberto Gonçalves de Rezende, Alex Polari de Alverga e Roberto Chagas da Silva.

58 – 15/07/70 – Isidoro Zamboldi, segurança – São Paulo
Morto pela terrorista Ana Bursztyn durante assalto à loja Mappin.

59 – 12/08/70 – Benedito Gomes, capitão do Exército – São Paulo
Morto por terroristas, no interior do seu carro, na Estrada Velha de Campinas.

60 – 19/08/70 – Vagner Lúcio Vitorino da Silva, guarda de segurança – Rio de Janeiro
Morto durante assalto do Grupo Tático Armado da organização terrorista MR-8 ao Banco Nacional de Minas Gerais, no bairro de Ramos. Sônia Maria Ferreira Lima foi quem fez os disparos que o mataram. Participaram, também, dessa ação os terroristas Reinaldo Guarany Simões, Viriato Xavier de Melo Filho e Benjamim de Oliveira Torres Neto, os dois últimos recém-chegados do curso em Cuba.

61 – 29/08/70 – José Armando Rodrigues, comerciante – Ceará
Proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Após ter sido assaltado em sua loja, foi sequestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Após seu assassinato, seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE. Autores: ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (autor dos disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de Sales e Francisco William.

62 – 14/09/70 – Bertolino Ferreira da Silva, guarda de segurança – São Paulo
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no bairro do Paraíso, em São Paulo.

63 – 21/09/70 – Célio Tonelly, soldado da PM – São Paulo
Morto em Santo André. Quando de serviço em uma rádio-patrulha, tentou deter terroristas que ocupavam um automóvel.

64 – 22/09/70 – Autair Macedo, guarda de segurança – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto a empresa de ônibus Amigos Unidos.

65 – 27/10/70 – Walder Xavier de Lima , sargento da Aeronáutica – Bahia
Morto quando, ao volante de uma viatura, conduzia terroristas presos, em Salvador. O assassino, Theodomiro Romeiro dos Santos (Marcos), o atingiu com um tiro na nuca. Organização: PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário).

66 – 10/11/70 – José Marques do Nascimento , civil – São Paulo
Morto por terroristas que trocavam tiros com a polícia.

67 – 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz, soldado da PM – São Paulo
Morto em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São Paulo.

68 – 10/11/70 – José Aleixo Nunes, soldado da PM – São Paulo
Também morto na ocorrência relatada acima.

69 – 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo, agente da Polícia Federal – Rio de Janeiro
No dia 07/12, o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, foi sequestrado pela VPR. Participaram da operação os terroristas Adair Gonçalves Reis, Gerson Theodoro de Oliveira, Maurício Guilherme da Silveira, Alex Polari de Alverga, Inês Etienne Romeu, Alfredo Sirkis, Herbert Eustáquio de Carvalho e Carlos Lamarca. Após interceptar o carro que conduzia o embaixador, Carlos Lamarca bateu com um revólver Smith-Wesson, cano longo, calibre 38, no vidro do carro. Abriu a porta traseira e, a uma distância de dois metros, atirou, duas vezes contra o agente Hélio. Os terroristas levaram o embaixador e deixaram o agente agonizando. Transferido para o hospital Miguel Couto, morreu no dia 10/12/70.

70 – 07/01/71 – Marcelo Costa Tavares, estudante – Minas Gerais
Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais.
Autor dos disparos: Newton Moraes.

71 – 12/02/71 – Américo Cassiolato, soldado da PM – São Paulo
Morto por terroristas em Pirapora do  Bom Jesus.

72 – 20/02/71 – Fernando Pereira, comerciário – Rio de Janeiro
Morto por terroristas quando tentava impedir um assalto ao estabelecimento “Casa do Arroz”, do qual era gerente.

73 – 08/03/71 – Djalma Peluci Batista, soldado da PM – Rio de Janeiro
Morto por terroristas, durante assalto ao Banco do Estado do Rio de Janeiro.

74 – 24/03/71 – Mateus Levino dos Santos, tenente da FAB – Pernambuco
O PCBR necessitava roubar um carro para participar do sequestro do cônsul norte-americano, em Recife.  No dia 26/06/70, o grupo decidiu roubar um Fusca, estacionado em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, nas proximidades do Hospital da Aeronáutica. Ao tentarem render o motorista, descobriram tratar-se de um tenente da Aeronáutica. Carlos Alberto disparou dois tiros contra o militar: um na cabeça e outro no pescoço. Depois de nove meses de intenso sofrimento, morreu no dia 24 de março de 1971, deixando viúva e duas filhas menores. O imprevisto levou o PCBR a desistir do sequestro.

75 – 04/04/71 – José Julio Toja Martinez, major do Exército – Rio de Janeiro
No início de abril, a Brigada Pára-Quedista recebeu uma denúncia de que um casal de terroristas ocupara uma casa localizada na rua Niquelândia, 23, em Campo Grande/RJ. Não desejando passar esse informe à 2ª Seção do então I Exército, sem aprofundá-lo, a 2ª Seção da Brigada, chefiada pelo major Martinez, montou um esquema de vigilância da casa. Por volta das 23h, chega um casal de táxi. A mulher ostentava uma volumosa barriga, sugerindo gravidez.

O major Martinez acabara de concluir o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde, por três anos, exatamente o período em que a guerra revolucionária se desenvolvera, estivera afastado desses problemas em função da própria vida escolar bastante intensa. Estagiário na Brigada de Pára-Quedista, a quem também não estava afeta a missão de combate à subversão, não se havia habituado à virulência da ação terrorista.

Julgando que o casal nada tinha a ver com a subversão, Martinez iniciou a travessia da rua, a fim de solicitar-lhe que se afastasse daquela área. Ato contínuo, da barriga, formada por uma cesta para pão com uma abertura para saque da arma ali escondida, a “grávida” retirou um revólver, matando-o antes que pudesse esboçar qualquer reação. O capitão Parreira, de sua equipe, ao sair em sua defesa, foi gravemente ferido por um tiro desferido pelo terrorista. Nesse momento, os demais agentes desencadearam cerrado tiroteio, que causou a morte do casal de terroristas. Eram os militantes do MR-8 Mário de Souza Prata e Marilena Villas-Bôas Pinto, responsáveis por uma extensa lista de atos terroristas.  No “aparelho” do casal, foram encontrados explosivos, munição e armas, além de dezenas de levantamentos de bancos, de supermercados, de diplomatas estrangeiros e de generais do Exército. Martinez deixou viúva e quatro filhos, três meninas e um menino, a mais velha, à época, com 11 anos.

76 – 07/04/71 – Maria Alice Matos, empregada doméstica – Rio de Janeiro
Morta por terroristas quando do assalto a um depósito de material de construção.

77 – 15/04/71 – Henning Albert Boilesen, industrial – São Paulo
Quando da criação da Operação Bandeirante, o então comandante do II Exército, general Canavarro, reuniu-se com o governador do Estado de São Paulo, com várias autoridades federais, estaduais, municipais e com industriais paulistas para solicitar o apoio para um órgão que necessitava ser criado com rapidez, a fim de fazer frente ao crescente terrorismo que estava em curso no Estado de São Paulo. Assim, vários industriais, entre eles Boilesen, se cotizaram para atender ao pedido daquela autoridade militar. Por decisão de Lamarca, Boilesen, um dinamarquês naturalizado brasileiro, foi assassinado. Participaram da ação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos. No relatório escrito por Yuri, e apreendido pela polícia, aparecem as frases “durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”. Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Duas mulheres foram feridas. Sobre o corpo de Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.

78 – 10/05/71 –  Manoel da Silva Neto, soldado PM – São Paulo
Morto por terroristas durante assalto à Empresa de Transporte Tusa.

79 – 14/05/71 – Adilson Sampaio, artesão – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto às lojas Gaio Marti.

80 – 09/06/71 – Antônio Lisboa Ceres de Oliveira, civil – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto à boate Comodoro.
81 – 01/07/71 – Jaime Pereira da Silva – Civil – RJ
Morto por terroristas na varanda de sua casa durante tiroteio entre terroristas e policiais.

82 – 02/09/71 – Gentil Procópio de Melo -Motorista de praça – PE
A organização terrorista denominada Partido Comunista Revolucionário determinou que um carro fosse roubado para realizar um assalto. Cumprindo a ordem recebida, o terrorista José Mariano de Barros tomou um táxi em Madalena, Recife. Ao chegar ao Hospital das Clínicas, quando fingia que ia pagar a corrida, apareceram seus comparsas, Manoel Lisboa de Moura e José Emilson Ribeiro da Silva, que se aproximaram do veículo. Emilson matou Procópio com dois tiros.

83 – 02/09/71 – Jayme Cardenio Dolce – Guarda de segurança – RJ
Assassinado pelos terroristas Flávio Augusto Neves Leão Salles, Hélio Pereira Fortes, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurora Maria do Nascimento Furtado, Sônia Hipólito e Isis Dias de Oliveira, durante assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras.

84 – 02/09/71 – Silvâno Amâncio dos Santos – Guarda de segurança – RJ
Assassinado na operação relatada acima.

85 – 02/09/71 – Demerval Ferreira dos Santos – Guarda de segurança – RJ
Assassinado na operação relatada no item 83

86 – –/10/71 – Alberto da Silva Machado – Civil – RJ
Morto por terroristas durante assalto à Fábrica de Móveis Vogal Ltda, da qual era um dos proprietários.

87 – 22/10/71 – José do Amaral – Sub-oficial da reserva da Marinha – RJ
Morto por terroristas da VAR-PALMARES e do MR-8 durante assalto a um carro transportador de valores da Transfort S/A. Foram feridos o motorista Sérgio da Silva Taranto e os guardas Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva.
Autores: James Allen Luz (Ciro), Carlos Alberto Salles (soldado), Paulo Cesar Botelho Massa, João Carlos da Costa.

88 – 01/11/71 – Nelson Martinez Ponce – Cabo PM – SP
Metralhado por Aylton Adalberto Mortati durante um atentado praticado por cinco terroristas do MOLIPO (Movimento de Libertação Popular) contra um ônibus da Empresa de Transportes Urbano S/A, em Vila Brasilândia, São Paulo

89 – 10/11/71 – João Campos – Cabo PM – SP
Morto na estrada de Pindamonhangaba, ao interceptar um carro que conduzia terroristas armados.

90 – 22/11/71 – José Amaral Vilela – Guarda de segurança  – RJ
Neste dia os terroristas Sérgio Landulfo Furtado, Norma Sá Ferreira, Nelson Rodrigues Filho, Paulo Roberto Jabour, Thimothy William Watkin Ross e Paulo Costa Ribeiro Bastos assaltaram um carro-forte da firma Transfort, na Estrada do Portela, em Madureira.
91 – 27/11/71 – Eduardo Timóteo Filho – Soldado PM – RJ
Morto por terroristas, durante assalto contra as Lojas Caio Marti.

92 – 13/12/71 – Hélio Ferreira de Moura – Guarda de Segurança – RJ
Morto, por terroristas, durante assalto contra um carro transportador de valores da Brink’s, na Via Dutra.

93 – 18/01/72 – Tomaz Paulino de Almeida – Sargento PM – São Paulo / SP
Morto a tiros de metralhadora no bairro Cambuci quando um grupo terrorista roubava o seu carro. Autores do assassinato: João Carlos Cavalcante Reis, Lauriberto José Reyes e Márcio Beck Machado, todos integrantes do Molipo.

94 – 20/01/72 – Sylas Bispo Feche – Cabo PM São Paulo / SP
O cabo Sylas Bispo Feche integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava  uma ronda quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi metralhado. Dois terroristas, membros da ALN, morreram.

95 – 25/01/72 – Elzo Ito – Estudante – São Paulo / SP
Aluno do Centro de Formação de Pilotos Militares, foi morto por terroristas que roubaram seu carro.

96 – 01/02/72 – Iris do Amaral – Civil – Rio de Janeiro
Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais. Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles (“Rogério”, “Bibico”) e Antônio Carlos Cabral Nogueira (“Chico”, “Alfredo”.)

97 – 05/02/72 – David A. Cuthberg – Marinheiro inglês – Rio de Janeiro
A respeito desse assassinato, sob o título “REPULSA”, o jornal “O Globo” publicou:
“Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David  A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente, em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos”.

A ação criminosa foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas:
– ALN – Flávio Augusto Neves Leão Salles (“Rogério”, “Bibico”), que fez os disparos com a metralhadora, Antônio Carlos Nogueira Cabral (“Chico”, “Alfredo”), Aurora Maria Nascimento Furtado (“Márcia”, “Rita”), Adair Gonçalves Reis(“Elber”, “Leônidas”, “Sorriso”);
– VAR-PALMARES – Lígia Maria Salgado da Nóbrega (“Ana”, “Célia”, “Cecília”), que jogou dentro do táxi os panfletos que falavam em vingança contra os “Imperialistas Ingleses”; Hélio Silva (“Anastácio”, “Nadinho”), Carlos Alberto Salles(“Soldado”);
– PCBR – Getúlio de Oliveira Cabral(“Gogó”, “Soares”, “Gustavo”)

98 – 15/02/72 – Luzimar Machado de Oliveira – Soldado PM – Goiás
O terrorista Arno Preiss encontrava-se na cidade de Paraiso do Norte, que estava incluída no esquema de trabalho de campo do MOLIPO. Usava o nome falso de Patrick McBundy Comick. Arno tentou entrar com sua documentação falsa no baile carnavalesco do clube social da cidade. Sua documentação levantou suspeita nos policiais, que o convidaram a comparecer à delegacia local. Ao deixar o clube, julgando-se desmascarado, Arno sacou seu revólver e disparou à queima roupa contra os policiais, matando o PM Luzimar Machado de Oliveira e ferindo gravemente o outro PM que o conduzia, Gentil Ferreira Mano. Acabou morto.

99 – 18/02/72 – Benedito Monteiro da Silva – Cabo PM – São Paulo
Morto quando tentava evitar um assalto terrorista a uma agencia bancária em Santa Cruz do Rio Pardo.

100 – 27/02/72 – Napoleão Felipe Bertolane Biscaldi – Civil – São Paulo
Morto durante um tiroteio entre os terroristas Lauriberto José Reyes e José Ibsem Veroes com policiais, na rua Serra de Botucatu, no bairro Tatuapé. Nesta ação, um policial foi ferido a tiros de metralhadoras por Lauriberto. Os dois terroristas morreram no local.

101 – 06/03/72 – Walter César Galleti – Comerciante – São Paulo
Terroristas da ALN assaltaram a firma F. Monteiro S/A. Após o assalto, fecharam a loja, fizeram um discurso subversivo e assassinaram o gerente Walter César Galetti e feriram o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalindo Fernandes.

102 – 12/03/72  - Manoel dos Santos – Guarda de Segurança – São Paulo
Morto durante assalto terrorista à fábrica de bebidas Charel Ltda.

103 – 12/03/72  - Aníbal Figueiredo de Albuquerque – Coronel R1 do Exército – São Paulo
Morto durante assalto à fábrica de bebidas Charel Ltda., da qual era um dos proprietários

104 – 08/05/72 – Odilo Cruz Rosa – Cabo do Exército – PA
Morto na região do Araguaia quando uma equipe comandada por um tenente e composta ainda, por dois sargentos e pelo Cabo Rosa foram emboscados por terroristas comandados por Oswaldo Araújo Costa, o “Oswaldão”, na região de Grota Seca, no Vale da Gameleira. Neste tiroteio foi morto o Cabo Rosa e feridos o Tenente e um Sargento.

105 – 02/06/72 – Rosendo – Sargento PM – SP
Morto ao interceptar 04 terroristas que assaltaram um bar e um carro da Distribuidora de Cigarros Oeste LTDA.

106 – 29/06/72 – João Pereira – Mateiro-região do Araguaia – PA
“Justiçado exemplarmente” pelo PC do B por ter servido de guia para as forças legais que combatiam os guerrilheiros. A respeito, Ângelo Arroyo declarou em seu relatório: “A morte desse bate-pau causou pânico entre os demais da zona”.

107 – 09/09/72 – Mário Domingos Panzarielo – Detetive Polícia Civil – RJ
Morto ao tentar prender um terrorista da ALN.

108 – 23/09/72 – Mário Abraim da Silva – Segundo Sargento do Exército – PA
Pertencia ao 2º Batalhão de Infantaria de Selva, com sede em Belém. Sua Companhia foi deslocada para combater a guerrilha na região do Araguaia. Morto em combate, durante um ataque guerrilheiro no lugarejo de Pavão, base do 2º Batalhão de Selva.

109 – 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ
Assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha, pelas organizações terroristas PCBR – ALN – VPR – Var Palmares e MR8. Autor do assassinato: José Selton Ribeiro.

110 – –/09/72 – Osmar… – Posseiro – PA
“Justiçado” na região do Araguaia pelos guerrilheiros por ter permitido que uma tropa de paraquedistas acampasse em suas terras.

111 – 01/10/72 – Luiz Honório Correia – Civil – RJ
Morto por terroristas no assalto à empresa de Ônibus Barão de Mauá

112 – 06/10/72 – Severino Fernandes da Silva – Civil – PE
Morto por terroristas durante agitação no meio rural.

113 – 06/10/72 – José Inocêncio Barreto – Civil – PE
Morto por terroristas durante agitação no meio rural.

114 – 21/02/73 – Manoel Henrique de Oliveira – Comerciante – São Paulo
No dia 14 de junho de 1972, as equipes do DOI de São Paulo, como já faziam há vários dias, estavam seguindo quatro terroristas da ALN que resolveram almoçar no restaurante Varela, no bairro da Mooca. Quando eles saíram do restaurante, receberam voz de prisão. Reagindo, desencadearam tiroteio com os policiais. Ao final, três terroristas estavam mortos, e um conseguiu fugir. Erroneamente, a ALN atribuiu a morte de seus três companheiros à delação de um dos proprietários do restaurante e decidiu justiçá-lo. O comando “Aurora Maria do Nascimento Furtado”, constituído por Arnaldo Cardoso Rocha, Francisco Emanuel Penteado, Francisco Seiko Okama e Ronaldo Mouth Queiroz, foi encarregado da missão e assassinou, no dia 21 de fevereiro, o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, que foi metralhado sem que pudesse esboçar um gesto de defesa. Seu corpo foi coberto por panfletos da ALN, impressos no Centro de Orientação Estudantil da USP por  interveniência do militante Paulo Frateschi.

115 – 22/02/73 – Pedro Américo Mota Garcia – Civil – Rio de Janeiro
Por vingança, foi “justiçado” por terroristas por haver impedido um assalto contra uma agência da Caixa Econômica Federal.

116 – 25/02/73 – Octávio Gonçalves Moreira Júnior – Delegado de polícia – São Paulo
Com a tentativa de intimidar os integrantes dos órgãos de repressão, um “Tribunal Popular Revolucionário” decidiu “justiçar” um membro do DOI/CODI/II Exército. O escolhido foi o delegado de polícia Octávio Gonçalves Moreira Júnior.

117 – 12/03/73 – Pedro Mineiro – Capataz da Fazenda Capingo
“Justiçado” por terroristas na Guerrilha do Araguaia.

118 – Francisco Valdir de Paula – Soldado do Exército-região do Araguaia – PA
Instalado numa posse de terra, no município de Xambioá, fazendo parte de uma rede de informações montada na área de guerrilha, foi identificado pelos terroristas e assassinado. Seu corpo nunca foi encontrado.

119 – 10/04/74 -Geraldo José Nogueira – Soldado PM – São Paulo

Morto numa operação de captura de terroristas.