domingo, 18 de abril de 2010

Pedofilia

O link é este?
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/04/16/eu-nao-posso-me-responsabilizar-por-isso-diz-juiz-que-libertou-assassino-de-jovens-de-luziania-go.jhtm

Afrase é esta?
“Eu teria tomado a mesma decisão”, apoiou o juiz Renato Magalhães da Vara de Execuções Penais. Ambos concordam também que não se pode jogar a responsabilidade sobre os profissionais de saúde. “O psicopata não é doente mental. Isso é desvio de caráter”, disse Magalhães.

Veja o que escrevi no .7 e leia isto:

Pedro Correia, sociólogo: Voltando ao assunto inicial. O Sr. chamou de comportamentos reativos os comportamentos relacionados com a violência. Gostaria de saber como o Sr. elaborou este conceito e quais os fundamentos lógicos que o sustentam.
Luiz Gonzaga: Desde os tempos de universidade eu nunca aceitei determinados conceitos, sobretudo os da Psiquiatria, que explicava certos comportamentos humanos como sendo doenças. Foi um grande êrro chamar as alterações de comportamento de “doenças mentais”. É compreensível que isso tenha acontecido, pois no século XVI, quando se iniciaram as tentativas de organizar o mundo científico – e particularmente o conhecimento médico – , os classificadores juntaram tudo. Achavam que as doenças físicas e as alterações mentais podiam ser compreendidas sob os mesmos parâmetros bioquímicos e físicos. Hoje sabemos que a mente é de natureza virtual.
Sabemos que os fenômenos mentais são instâncias superiores que servem para organizar os indivíduos no seu mundo interno e na vida relacional, para dar sentido á vida em grupo. O mundo mental tem regras próprias e funciona de forma diferente. Sua unidade significativa não são apenas moléculas ou reações químicas, mas as informações que funcionam em altas velocidades através de neurotransmissores, os supostos intermediários entre as informações armazenadas – a aprendizagem – e a resposta individual, isto é, o comportamento.
O mundo mental gerencia os conteúdos internos do mundo individual e externos, do mundo social, da cultura onde o indivíduo é gerado e na qual convive. É ele que percebe se o corpo está prestes a adoecer e se aprova ou desaprova as distorções existentes na vida em grupo. Eis aí o que explica a genialidade de Freud. Ele percebeu que, enquanto todos os corpos são feitos com as mesmas proteínas e elementos químicos, a mente é personalizada e única em cada individuo, daí a complexidade em compreende-la. Ela atua como ponto de intersecção entre a matéria e a abstração, recebendo estímulos e dando respostas adequadas a cada situação específica.
Freud deu um tratamento diferenciado à mente quando compreendeu que pelo caminho do biológico e do químico não chegaria a lugar algum. Tratou a mente como um programa de computador que recebe comandos e opera respostas. Isso é visível em todos os seus conceitos.
Comento: Desde o século XVI os médicos achavam que podiam misturar tudo. E até hoje continuam confundindo-se e aos juízes. Não dá para colocar tudo na mesma prateleira!
Tudo isso não significa que quem não apresenta condições para conviver em sociedade deva focar solto. Sendo doença ou não o juiz deve se pautar pelo bom senso.

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