domingo, 18 de abril de 2010

MOTIVAÇÃO: MAGIA E PODER



Verónica Corba

Psicóloga, consultora de Recursos Humanos


Quem leu ou estudou Freud alguma vez sabe que o ser humano está instintivamente dotado de vontade para viver, apesar dos obstáculos (conceito de pulsão).
Relaciono isso com a motivação porque todo homem é por si mesmo “motivável”, como se estivesse predisposto a encontrar um MOTIVO para despertar, agir, viver. Entretanto, só é possível motivar outras pessoas se a gente mesmo está motivado. Caso contrário, todo intento será em vão ou pelo menos inconsistente. A regra uma vez mais se repete: comecemos por nós mesmos.
Acordar mais cedo, não conseguir dormir, pensando em alguma ação ou projeto a realizar, sentir-se fisicamente bem, tudo isso são sinais de quem está motivado, independentemente da recompensa. O estímulo monetário NÃO é em si mesmo motivador se não vai acompanhado de alguns fatores que cobrem as chamadas “necessidades psicológicas”, a saber: segurança, reconhecimento, sensação de inclusão, ser tratado com respeito e dignidade, satisfação com os objetivos cumpridos, competição (desafio, oportunidade de destacar-se) e a possibilidade de desenvolvimento e crescimento.
A motivação opera milagres, pois obtém o melhor de cada colaborador colocado ao serviço de um objetivo comum, que o viverá como próprio e de fato o é, já que contribuiu para essa causa. E isso é maravilhoso. Um grupo motivado vai mais além de suas forças para conseguir um objetivo.
Quem tem a seu cargo uma equipe que funciona assim recupera rapidamente a energia investida nela e quem forma parte da mesma encontra sentido em seu trabalho de todos os dias. É freqüente ver um bom processo enquanto se desenvolve um projeto e, com a conclusão deste, sobrevém o desestímulo, porque foi concluído o desafio inicial que deu sentido à ação. Curioso, não é mesmo? Por isso, a tarefa do motivador, entre outras, é criar novos objetivos ou converter circunstâncias pelas quais nem sequer é responsável em desafios. Se nos sentimos plenos enquanto perseguimos um destino e às vezes o entusiasmo decai quando o concretizamos, então...o futuro é o que nos mantém VIVOS hoje. Voltando a Freud, haverá vida enquanto houver desejo.
Apesar da revolução causada por Einstein no âmbito da Física, ele parece não ter conseguido substituir nosso estilo de vida ocidental e fatalmente newtoniano. Incorporemos o conceito de “relatividade” às técnicas de motivação: nada é em si mesmo bom ou ruim. Dependerá de nós que seja de um modo ou de outro para nossa gente. Os orientais nos convidaram a pensar que crise é também oportunidade e que nada tem um único significado. Essa é a tarefa de um motivador: mostrar a realidade e os fatos com a vestimenta que deseje, para que resulte útil à sua equipe.
Em definitivo, um motivador pode fazer de si mesmo e de seu entorno um oásis em pleno deserto e isso o converte em um referencial importante na vida de muitas pessoas. E nada pode destruir a atitude, o poder e a energia que caracterizam um punhado de seres motivados. NADA.

Acesso em 02/04/2003. Traduzido pelo Prof. Dilermando Lúcio de Oliveira

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